Arábia Saudita (bbabo.net), - DUBAI: 7 de fevereiro marcou o 210º aniversário de nascimento de um dos maiores escritores britânicos do século XIX. Charles Dickens foi um polímata, assumindo os papéis de jornalista, performer de teatro, filantropo e, acima de tudo, romancista que presenteou o mundo com clássicos atemporais como “Oliver Twist”, “Great Expectations” e “A Christmas Carol”.
Aprofundando as injustiças da sociedade vitoriana, seu trabalho foi traduzido para vários idiomas e nunca saiu de catálogo. Ele era tão influente que seu sobrenome foi transformado em um adjetivo comumente usado, “Dickensiano”.
Sua tataraneta, Lucinda Hawksley, esteve recentemente em Dubai no Emirates Airline Festival of Literature, contando ao bbabo.net por que sua escrita afeta as pessoas até hoje. “É incrível o quão longe sua fama se espalhou, e ainda se espalha. Hoje, onde quer que eu vá no mundo, encontro pessoas que lêem Dickens nas escolas. Ele é lido em todo o mundo. É incrível”, disse ela.
“Ele escreveu sobre situações reais da vida real. Quando você olha para suas observações da natureza humana, ele percebe suas fragilidades. A natureza humana não muda – ainda temos conflitos e ciúmes. Ainda temos banqueiros roubando pessoas, ainda temos advogados morrendo sem deixar testamento para a família. Todos esses tipos de coisas continuam acontecendo.”
Assim como seu célebre antepassado, Hawksley iniciou a carreira de escritora. Ela também é historiadora de arte e radialista. Além de escrever livros biográficos perspicazes sobre Dickens, ela dedicou sua pesquisa às mulheres na história social e cultural. A rainha Elizabeth II, a modelo pré-rafaelita do século XIX Lizzie Siddal, a sufragista britânica Emmeline Pankhurst e a princesa Louise, filha-artista da rainha Vitória, são alguns dos temas de Hawksley.
Em seu último livro produzido pela pandemia, “Letters of Great Women”, Hawksley apresenta 50 cartas fascinantes escritas por alguns dos líderes icônicos da história, membros da realeza, ativistas sociais, artistas, escritores e cientistas – de Cleópatra a Virginia Woolf, Jane Austen a Gertrude Bell, fundadora do Museu Nacional do Iraque em Bagdá.
“Para ser uma mulher educada o suficiente para poder escrever – e em particular escrever uma carta – você precisava ser alguém que tivesse muita sorte”, disse Hawksley. “Você precisava ser alguém cujos pais achavam que valia a pena educá-los, apesar de serem uma menina, e alguém que fosse considerado importante o suficiente para que essas cartas sobrevivessem e acabassem em arquivos.”
O primeiro romance de Charles Dickens que você leu?
“Oliver Twist”, na versão infantil.
Um romance de Dickens que você relê é?
“Um Conto de Duas Cidades” e “Um Conto de Natal”.
Qual romance de Dickens você recomendaria para alguém que o lê pela primeira vez?
“A Christmas Carol”, só porque é mais curto, mas também se eles gostam de uma história muito boa, “Our Mutual Friend” ou “Bleak House”.
Existe um aspecto da vida de Dickens que é menos compreendido pelo público?
Seus problemas de saúde mental e o papel que a depressão desempenhou em sua vida, desde a infância.
Por meio de sua pesquisa, o que mais o surpreendeu em Dickens?
Do jeito que ele era como pai. Não havia nenhum castigo físico na família Dickens. Seus filhos nunca foram espancados, o que no século 19 era extraordinário.
Qual é a sua citação favorita de um romance de Dickens?
“Tenha um coração que nunca endurece.” (Nosso amigo em comum)
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