Rússia (bbabo.net), - A agenda climática, por um lado, cria grandes desafios para a comunidade mundial, mas, por outro lado, oferece uma grande janela de oportunidade para países como a Rússia expandirem a agricultura e a alimentação exportações. Este ponto de vista foi expresso pelo vice-ministro da Agricultura da Rússia, Sergey Levin, como parte da Semana Agrária Russa na EXPO 2020 em Dubai, organizada pelo Ministério da Agricultura e pelo centro federal Agroexport.
Alguns especialistas apontam que a transformação da economia mundial que começou devido às mudanças climáticas é a mais forte para a civilização humana em toda a sua história, observou o vice-ministro.
“A Rússia, em virtude de sua geografia, tem uma oportunidade única de diversificar sua produção, pois estamos localizados em quase todas as zonas climáticas e temos o maior banco de terras altamente férteis do mundo, a chamada terra preta. protegem em grande parte os riscos dessas mudanças que ocorrem na paz climática", disse Levin.
O futuro da agricultura está em grande parte ligado à produção de proteínas alternativas e, sobretudo, proteína vegetal, disse Dmitry Krasnov, chefe do centro federal Agroexport do Ministério da Agricultura. De acordo com estimativas de especialistas, até 2035 as proteínas alternativas (todos os tipos de proteínas - tanto vegetais quanto artificiais) representarão até 22% do mercado mundial de proteínas. Cingapura é o primeiro país a aprovar a venda comercial de carne de frango cultivada em laboratório. E a China incluiu carne cultivada em laboratório em seu plano de desenvolvimento agrícola de cinco anos.
Muito se tem falado ultimamente sobre o grão ser o novo óleo. Mas o grão é melhor do que o petróleo, porque tem perspectivas muito mais amplas, acredita Eduard Zernin, presidente do conselho de administração da empresa Bio-ton. Em primeiro lugar, a agenda climática e a transição para fontes alternativas de proteína criam uma demanda adicional por produtos agrícolas, o que é bom para os produtores russos de grãos, leguminosas ou oleaginosas.
O especialista lembrou que proteínas alternativas à base de ervilha ou soja estiveram presentes no mercado russo durante os tempos difíceis do século passado. Afinal, com a ajuda de tais "produtos substitutos" são formados pré-requisitos para diminuir a diferença entre diferentes segmentos da população. E agora, como resultado, incluindo o COVID-19, os maiores problemas existem precisamente na estratificação da população por renda, observou Zernin. Mas, em sua opinião, para fontes alternativas de proteína, a melhor hora chegará quando seu custo diminuir. E para isso é necessário aumentar a produtividade da produção agrícola, utilizando novas tecnologias.
Em segundo lugar, a produção agrícola tornou-se recentemente cada vez mais importante como fonte de energia renovável (principalmente para culturas como milho e colza). Ou seja, a produção agrícola pode se tornar uma fonte de novos tipos de combustível, diz Eduard Zernin. As empresas agrícolas russas têm um enorme banco de terrenos. E isso torna possível usar também a energia do sol e do vento. Os campos de cultivo estão localizados onde a energia solar é alta. E a paisagem plana dos terrenos permite movimentar um grande volume de ar.
"Portanto, se a agenda de hoje em direção ao "verde" ocorrer, então no próximo século, quando falarmos da Rússia como uma das maiores potências energéticas, falaremos principalmente sobre as empresas agrícolas, e não sobre as empresas que hoje extraem e comercializam em fontes de energia fóssil", concluiu o especialista.
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