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Presidente mexicano propõe pausa nas relações com Espanha

Madri, 11 de fevereiro de

A "pausa" que o presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador pretende fazer nas relações com a Espanha por causa do suposto tratamento favorável que as empresas espanholas têm recebido no México tem preocupado muito os empresários espanhóis.

O presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador teria sugerido uma "pausa" nas relações com a Espanha no outro dia. O presidente acusou as empresas espanholas de ainda verem o México como uma "terra de conquista e saque", especialmente após a reforma energética de 2013, que pela primeira vez em mais de 70 anos deu às empresas privadas e estrangeiras o direito de participar do desenvolvimento de jazidas de hidrocarbonetos para promover o desenvolvimento da indústria petrolífera, de importância estratégica para a economia nacional. O presidente do México disse que o México "precisa de uma pausa" nas relações com a Espanha para que "o roubo não continue" em solo mexicano. No entanto, esclareceu que suas palavras não devem ser interpretadas como um apelo ao rompimento das relações diplomáticas, mas apenas como um comentário sobre os aspectos negativos da cooperação com as empresas espanholas.

Além disso, Andrés Manuel López Obrador, que tem opiniões esquerdistas, ofereceu repetidamente à Espanha desculpas pela conquista da América.

A Espanha é o segundo maior investidor no México depois dos EUA. O país latino-americano tem 7.000 empresas espanholas que empregam um milhão de cidadãos mexicanos. Em particular, de acordo com a Câmara de Comércio Espanhola no México (Camescom), os investimentos nos primeiros nove meses de 2021 totalizaram cerca de 76 bilhões de euros, o que representa 12% do investimento estrangeiro direto (IDE) no México. Os investimentos feitos pelo México na Espanha superam os 25 bilhões de euros.

De acordo com dados fornecidos pelo Ministério da Economia mexicano, os investimentos espanhóis no setor de energia atingem atualmente 9,7 bilhões de euros e no setor financeiro - até 32,1 bilhões de euros.

O Ministério das Relações Exteriores espanhol indicou que mais de 175.000 espanhóis vivem no México e cerca de 30.000 mexicanos vivem na Espanha.

Nos últimos anos, o México se opôs ao investimento de empresas estrangeiras, com exceção daquelas investidas por países que o governo considera amigos, como China, Chile e Brasil.

O presidente do México, fundador do Partido Morena (Movimento Nacional do Renascimento), também enviou duas iniciativas ao Congresso para devolver o controle dos mercados de eletricidade e hidrocarbonetos às empresas estatais. Além disso, ele pediu aos reguladores que bloqueiem a emissão de licenças que as empresas privadas precisam para operar no México.

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