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Ponte histórica será desmontada em Roterdã para o iate de Bezos

Outro escândalo em torno das travessuras ultrajantes do homem mais rico, o bilionário Jeff Bezos: as autoridades de Roterdã concordaram em desmantelar parcialmente um dos símbolos de Roterdã, a histórica ponte De Hef, para que seu novo super-iate pudesse passar por baixo dela.

A ponte ferroviária De Hef sobre o canal Koningshaven no porto de Roterdã foi construída em 1877. Durante a Segunda Guerra Mundial, foi gravemente danificada por bombardeios e, em 1993, após a construção de uma nova ponte, as autoridades de Roterdã quiseram demoli-la, mas os moradores locais se levantaram para proteger a ponte, que já havia se tornado um dos os símbolos da cidade. A ponte foi restaurada e inscrita no registo de monumentos históricos.

E agora, o fundador da Amazon precisava desmontar sua parte central para que seu novo iate, de codinome "Y721", que está sendo construído pela empresa holandesa Oceanco, pudesse ir ao mar. O navio de três mastros será o maior iate do mundo, com 127 metros de comprimento e um custo de 430 milhões de euros. Devido ao tamanho das velas gigantes do iate, é impossível pousar um helicóptero com segurança nele, então Bezos encomendou um iate auxiliar para carregar, que seguirá o iate principal em todos os lugares e poderá receber helicópteros.

Com base no projeto da ponte, seu vão central pode ser elevado a uma altura de cerca de 39 metros, mas isso não é suficiente para passar os três mastros do iate, que deve deixar os estaleiros neste verão. Portanto, a única opção foi o desmantelamento temporário da parte central. A sociedade histórica local e os cidadãos da cidade expressaram forte indignação com o fato de as autoridades seguirem os caprichos do bilionário, apesar de, após a restauração da ponte em 2017, terem prometido não desmontá-la novamente.

No ano passado, Bezos criou um escândalo quando, em uma coletiva de imprensa sobre seu voo espacial, riu para os repórteres: “Quero agradecer a todos os funcionários e clientes da Amazon, porque foram vocês que pagaram por tudo”. Uma piada tão cínica, feita em meio a inúmeras reclamações de funcionários da Amazon sobre condições de trabalho escravo, salários extremamente baixos, luta contra qualquer tentativa de sindicalização e falta de plano de saúde, apesar de todos os horrores da pandemia de coronavírus, causou uma enxurrada de críticas afiadas tanto de americanos comuns quanto de congressistas.

Também é engraçado que, mesmo antes do lançamento do foguete, mais de 150.000 pessoas assinaram petições contra o retorno de Bezos do espaço à Terra.

Ponte histórica será desmontada em Roterdã para o iate de Bezos