Bruxelas, 11 de fevereiro (bbabo.net)
A União Europeia e a Fundação Bill & Melinda Gates anunciarão um pacote de fundos para estabelecer uma agência de medicamentos na África, em uma tentativa de aumentar a produção de medicamentos e vacinas no Continente Negro, disse uma fonte à Reuters.
O tratado que cria a Agência Africana de Medicamentos (AAL) entrou em vigor em novembro, mas atualmente a agência existe apenas no papel. As decisões sobre quem administrará a agência e onde ela ficará sediada estão planejadas para este ano.
O apoio financeiro e técnico para a nova agência é visto como crucial para que ela se torne operacional. Isso, por sua vez, impulsionará a produção de vacinas e medicamentos no continente, que precisa de um regulador confiável para se desenvolver.
A Comissão Europeia, Alemanha, França, Bélgica e a Fundação Gates vão investir mais de 100 milhões de euros em apoio à AAL e aos reguladores nacionais africanos.
O objetivo é permitir que essas agências atinjam o que a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece como nível de maturidade 3 para a produção de vacinas. Este é "o requisito mínimo da OMS para uma supervisão regulatória eficaz de vacinas locais de qualidade", disse a fonte.
De acordo com um documento interno da Comissão Europeia, visto pela Reuters, parte do dinheiro será sob a forma de subvenções e será entregue à Agência Europeia de Medicamentos (EDA).
A EDA, que é actualmente a única entidade reguladora de medicamentos no Velho Continente, vai "dar assistência técnica aos parceiros africanos através da cooperação científica, inspecções conjuntas, formação, especialmente a AAL", refere o documento.
A pressa para estabelecer um ALA ocorre depois que a pandemia de KOVID-19 revelou a dependência da região de vacinas importadas e outros produtos farmacêuticos.
Pouco mais de 5% dos medicamentos e 1% das vacinas consumidas por uma população de 1,2 bilhão são produzidos localmente.
A preparação para futuras pandemias é apenas uma das razões que enfatizam a importância de um regulador para a África, dizem os especialistas.
Vários regulamentos em 54 países e transparência limitada levaram algumas empresas farmacêuticas a se recusarem a registrar seus produtos, limitando a disponibilidade de medicamentos importantes em muitos países africanos.
A falta de supervisão rigorosa permite que medicamentos falsificados inundem os mercados africanos, em alguns casos causando mortes e alimentando o ceticismo sobre os medicamentos.
Os esforços da UE para apoiar o novo regulador fazem parte de uma estratégia mais ampla para controlar a influência da China e da Rússia na África, disseram autoridades do bloco à Reuters.
(Plamen Yotinski)
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