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O objetivo da viagem do presidente do Cazaquistão Tokaev a Putin é revelado

O chefe do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev, chegou à Rússia em uma visita de dois dias. No dia 10 de janeiro, ele se reunirá com o presidente russo, Vladimir Putin, e no dia 11 partirá para o Tartaristão. O tema da visita será a integração eurasiana do Cazaquistão, suas relações com a Rússia e a situação no mundo. Especialistas disseram o que esperar desta viagem.

Desde os protestos de janeiro no Cazaquistão que terminaram com a aposentadoria de Nursultan Nazarbayev, Tokayev e Putin se encontrarão pessoalmente pela primeira vez, não por videoconferência. Eles tiveram essa oportunidade mesmo durante a abertura das Olimpíadas em Sochi, mas por algum motivo os chefes de estado não a usaram. Tokayev preferiu se comunicar com seus vizinhos da Ásia Central, enquanto Putin, após negociações com o líder chinês Xi Jinping e a abertura das Olimpíadas, voou para Moscou para se preparar para as negociações com o líder francês Emmanuel Macron.

No entanto, Tokayev tem grandes planos para Moscou. Primeiro, após a saída definitiva de seu antecessor Nursultan Nazarbayev para as sombras, o chefe do Cazaquistão disse que a república é vital para a usina nuclear, que Rosatom está pronta para construir. Sem energia nuclear, o país logo perderá a liderança regional e o investimento estrangeiro, Tokayev tem certeza. Em segundo lugar, ele considera importante que os jovens do Cazaquistão não estudem no Ocidente, mas na Rússia. Em terceiro lugar, Tokayev considera a integração eurasiana (ou seja, o desenvolvimento do Cazaquistão no âmbito da EAEU e da CSTO) como um caminho lógico e correto.

Já em Moscou, o presidente do Cazaquistão chamou a Rússia de seu vizinho "de Deus" e desejou desenvolver a cooperação com Moscou em todas as áreas. Vladimir Putin mais uma vez apoiou seu colega, dizendo que lidou com os terroristas que atacaram seu país, mas levaria muito tempo para restaurar os danos desses eventos.

No entanto, Fyodor Lukyanov, editor-chefe da Rússia na revista Global Affairs, disse que não se deve esperar nenhuma decisão inovadora da visita de Tokayev. “As relações entre Moscou e Nur-Sultan sempre foram próximas e intensas, então eu não ligaria as negociações atuais aos eventos de janeiro. Outra coisa é que Tokayev ganhou pleno poder no Cazaquistão, e isso dá à reunião uma nova agenda e equilíbrio.

É claro que, depois que a Rússia e os outros aliados da CSTO do Cazaquistão garantiram o poder de Tokayev, dando-lhe a assistência certa na hora certa, Moscou tem o direito de esperar um relacionamento mais próximo e confiável. Mas nenhum avanço deve ser esperado - eles são possíveis quando as relações entre as partes são lentas e a cooperação entre a Rússia e o Cazaquistão é intensa", explicou Lukyanov.

Mas o chefe do Eurasian Expert Council, Chingiz Lepsibaev, acredita que ainda deve haver grandes novidades. “Em primeiro lugar, há expectativas para usinas nucleares e questões energéticas em geral. Além disso, o Cazaquistão aguarda notícias sobre a EAEU. Além disso, foi anunciada recentemente a criação de instalações de montagem de armas - de helicópteros a metralhadoras. Aparentemente, alguns acordos devem ser celebrados também na esfera técnico-militar”, observou o especialista.

Segundo Lepsibaev, não é de surpreender que, depois de Moscou, Tokayev vá para Kazan. O chefe do Conselho de Especialistas da Eurásia enfatizou que o Tartaristão não é uma região estrangeira para o Cazaquistão, dadas as raízes turcas comuns. Além disso, eles têm um interesse comum na produção de petróleo.

Do ponto de vista dos especialistas russos, a visita de Tokayev ao Tartaristão parece um pouco diferente. Por exemplo, o cientista político Dmitry Mikhailichenko disse que o centro federal distribui entre as regiões que estabelecerão relações com qual estado. “Bashkiria tornou-se amigo do Quirguistão e do Tartaristão - do Cazaquistão. Toda essa navegação é centralizada e pré-aprovada. As autoridades russas vão investir bastante no Cazaquistão, e isso não se aplica apenas à Rosatom. O Banco Estatal Russo vai desenvolver um governo digital lá e assim por diante”, diz Mikhailichenko.

O cientista político lembra que até agora a Turquia tentou usar principalmente o “soft power” na Ásia Central, mas agora Moscou também está preocupada com isso. Uma das direções poderia ser a cooperação com o Cazaquistão no campo da educação. “Antes, Nur-Sultan desenvolveu um programa de treinamento para seus jovens nos países ocidentais, agora as autoridades do Cazaquistão, aparentemente, querem se reorientar para a Rússia. Tecnicamente, Kazan é capaz de atender a essa solicitação, mas é improvável que algo seja corrigido. A juventude do Cazaquistão com idade entre 30 e 32 anos é orientada para o Ocidente, e isso não pode ser ignorado”, concluiu Mikhailichenko.

O objetivo da viagem do presidente do Cazaquistão Tokaev a Putin é revelado