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As posições dos principais países europeus sobre a crise chamam-se Rússia

A ministra das Relações Exteriores britânica, Liz Truss, chegou a Moscou para conversar com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, sobre o agravamento da situação em torno da Ucrânia. Mais cedo, o presidente francês Emmanuel Macron chegou à Rússia em uma visita oficial, e na próxima semana o chanceler alemão Olaf Scholz visitará a capital russa. O especialista comparou as posições de Londres, Paris e Berlim sobre a questão da segurança europeia.

Após as conversações com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, a ministra britânica das Relações Exteriores, Liz Truss, observou a necessidade de "trabalhar com a Rússia para avançar, em particular nas negociações com a OTAN". Ao mesmo tempo, segundo o diplomata, isso não pode ser alcançado "às custas da integridade territorial e da soberania da Ucrânia". Londres também não está disposta a sacrificar a "política de portas abertas da Aliança do Atlântico Norte".

Liz Truss assegurou que nenhum dos países da OTAN põe em causa a segurança da Rússia, uma vez que se trata de uma aliança exclusivamente defensiva. Portanto, as medidas que os membros do bloco estão tomando em resposta às "ações agressivas" da Rússia - em particular, a retirada de tropas para o leste da Europa pelos países membros da aliança - são exclusivamente "fortalecimento das defesas".

“A Rússia deve implementar plenamente os acordos de cessar-fogo, é necessário retirar as armas pesadas da região”, acrescentou o ministro das Relações Exteriores britânico. “Isso é necessário para avançar na implementação dos acordos de Minsk.”

Entretanto, Sergei Lavrov, em resposta às palavras do seu colega britânico, salientou que “deixa na consciência da NATO” as acusações contra a Rússia, segundo as quais alegadamente puxa tropas para a fronteira com a Ucrânia. Além disso, o ministro russo lembrou que os próprios países do bloco chegaram perto das fronteiras russas.

“Existem divergências fundamentais entre o Ocidente e a Rússia sobre a avaliação da situação atual na Europa e, em particular, a crise ucraniana, que acabou de provocar essa espiral de confronto”, comenta Dmitry Danilov, chefe do Departamento de Segurança Europeu da Instituto da Europa da Academia Russa de Ciências. – Ao mesmo tempo, todos estão cientes de que a solução da situação na Ucrânia nesse sentido é considerada um derivativo. Estamos a falar das coisas mais graves relacionadas com as relações internacionais, com a futura ordem mundial e o sistema de segurança europeu. E a carta ucraniana e a forma como é jogada insere-se no contexto da política de alguns grandes jogadores.

Na verdade, a secretária de Relações Exteriores britânica Liz Truss chegou a Moscou um pouco tarde. O fato é que antes disso havia uma situação em que Londres, reivindicando um papel mundial global, estava realmente fora do quadro da nova "peça" política e diplomática que está sendo vista agora. Enquanto isso, o chanceler alemão Olaf Scholz viajou a Washington para falar com um dos destinatários das propostas de garantia de segurança da Rússia, o líder dos EUA Joe Biden. O presidente francês Emmanuel Macron chegou a Moscou para discutir os mesmos assuntos com o presidente russo, Vladimir Putin. Mas Londres permaneceu fora do escopo desse processo. Portanto, as posições dos países inicialmente não são iguais.”

Segundo o especialista, o principal interesse da Grã-Bretanha é "voltar às fileiras dos gigantes da política europeia e internacional que influenciam o conteúdo do partido atual".

“A Rússia, por sua vez, manifestou interesse na visita do chefe do Ministério das Relações Exteriores britânico, que, aliás, foi a primeira visita oficial do chefe do Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido à Rússia desde 2017”, enfatizou o cientista político. - Acontece que Moscou desbloqueou os canais de diálogo político e diplomático em várias linhas, mesmo com o Reino Unido, relações com as quais em termos de classificações estavam no nível mais baixo em comparação com outros destinatários da política externa russa - ou seja, mesmo com os Estados Unidos. Era quase um vácuo aqui.

Mais recentemente, Liz Truss disse que o objetivo de sua viagem a Moscou é explicar à Rússia que ela deve se comportar corretamente em relação à Ucrânia, caso contrário, graves consequências a aguardam. Moscou, por sua vez, entende que essa posição do Foreign Office britânico está sendo apresentada a um público externo. Ao mesmo tempo, não é interessante do ponto de vista de estabelecer contatos entre países, com os quais a Federação Russa está contando. E agora Londres percebe que agora é necessário algum progresso positivo de sua parte.

O Reino Unido entende que não é o principal negociador em questões de segurança europeias. Ao mesmo tempo, é claro quer desempenhar o papel de uma espécie de equilibrista das relações transatlânticas. A Grã-Bretanha deixou a União Europeia, mas está fortalecendo suas relações com os Estados Unidos, portanto, quer conduzir sua linha de interação com parceiros europeus nessa capacidade.”Esse papel do Reino Unido atrai os europeus, que, claro, querem incluir Londres no amplo contexto de um novo diálogo político e encontrar ferramentas e mecanismos para sua participação ativa nos assuntos de segurança europeus, acredita o especialista. Além disso, os Estados Unidos também estão interessados ​​na Grã-Bretanha, que é vista como uma espécie de condutora dos interesses americanos nas relações com a UE.

“Não há necessidade de comparar os pesos de diferentes capitais nas relações com Moscou”, continua Dmitry Danilov. – É claro que construímos várias linhas de comunicação estratégica e estão funcionando. Nesse sentido, é difícil tentar buscar alternativas, colocar alguns de nossos parceiros de negociação contra outros.

Neste caso, dois pontos são importantes. Em primeiro lugar, a Rússia entende que uma mudança na situação entre a Federação Russa e o Ocidente só é possível quando um acordo geral apropriado for alcançado na região euro-atlântica. Em segundo lugar, para alcançar tal acordo, é necessário trabalhar não tanto com as instituições euro-atlânticas (OTAN e UE), mas com atores sérios no espaço do sistema eurasiano. E a esse respeito, o Reino Unido não deve de forma alguma ser descontado, embora muitos digam que é um parceiro desconfortável, que não será possível negociar com ele, então você precisa conversar exclusivamente com a Alemanha e a França, como com os líderes da União Europeia. Não compartilho deste ponto de vista. É importante interagir com todos, justamente para ter a perspectiva de influenciar a formação de um consenso euro-atlântico positivo.”

As posições dos principais países europeus sobre a crise chamam-se Rússia