Bbabo NET

Notícias

Coronavírus: comboio antivacina francês segue para Bruxelas

Cerca de trezentos veículos que participam de um comboio de protesto no estilo do Canadá contra os regulamentos do Covid-19 chegaram a Lille, norte da França, no domingo a caminho de Bruxelas, onde as autoridades já proibiram uma manifestação convocada para segunda-feira.

A caminhada com bandeiras para o norte ocorreu depois que 97 pessoas foram presas em Paris no sábado, enquanto milhares de manifestantes desafiavam a proibição de tentar bloquear o tráfego, com 81 ainda sob custódia no domingo.

O comboio, embora menor do que os quase 3.000 veículos que convergiram para a capital vindos de cidades de toda a França, parou no domingo no estacionamento de um shopping center nos arredores de Lille, ao sul da fronteira belga. “Vamos a Bruxelas tentar bloqueá-lo, lutar contra essa política de controle permanente”, disse Jean-Pierre Schmit, um desempregado de 58 anos que veio de Toulouse.

Para Sandrine, 45 anos, que veio de Lyon, a resposta do governo à crise do Covid-19 revelou que “estamos perdendo nossas liberdades pouco, de maneira insidiosa”. O autoproclamado “comboio da liberdade” de carros, caminhões e campervans é um dos vários em todo o mundo inspirados por um impasse de caminhoneiros com autoridades no Canadá.

Na França, os manifestantes miraram em particular no “passe de vacina” necessário para entrar em restaurantes, cafés e muitos outros locais públicos implementados como parte da campanha de vacinação do presidente Emmanuel Macron.

Mas os participantes também citaram o aumento dos custos de combustível e energia, um eco das queixas dos “coletes amarelos” que forçaram Macron a anunciar uma série de cortes de impostos e outras concessões.

Caminhoneiros do Canadá desafiam ordem judicial e continuam bloqueando ponte na fronteira com os EUA em cenas que lembram os confrontos “coletes amarelos” de 2018 e 2019.

Os promotores disseram que Jerome Rodrigues, líder do movimento de protesto dos “coletes amarelos”, foi uma das pessoas detidas nos protestos de sábado, embora seu advogado tenha negado qualquer papel organizacional e o tenha chamado de “preso político”. O departamento de polícia de Paris também disse que um inquérito interno foi aberto depois que um vídeo surgiu nas redes sociais mostrando um policial apontando sua arma para um motorista.

As manifestações, com comboios partindo de cidades de toda a França, acontecem dois meses antes das eleições presidenciais nas quais Macron deve buscar a reeleição.

Na sexta-feira, Macron disse que entendia a “fadiga” após dois anos da pandemia. “Essa fadiga também leva à raiva.

Eu entendo… Mas peço a máxima calma”, disse ele ao jornal Ouest-France.

O governo disse que planeja relaxar os mandatos de máscaras faciais até 28 de fevereiro e espera encerrar a exigência de aprovação de vacinas no final de março ou início de abril.

Cerca de 24 mil pessoas se manifestaram em outras partes do país no sábado, disseram as autoridades, inclusive na cidade de Montpellier, no sul, onde ativistas radicais quebraram as fachadas de vidro de dois bancos.

Coronavírus: comboio antivacina francês segue para Bruxelas