Budapeste, 12 de janeiro (bbabo.net)
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, deu a entender pela primeira vez que é possível que seu país deixe a UE, informou a DPA.
Sob o lema do Estado de Direito, a União Europeia está travando uma "guerra santa, jihad", disse o primeiro-ministro nacionalista de direita em um discurso a simpatizantes na capital húngara. Ao mesmo tempo, ele pediu à UE que seja tolerante com a Hungria.
Caso contrário, disse Orban, não será possível que eles continuem em um caminho comum.
O primeiro-ministro húngaro fez a declaração alguns dias antes da data em que o Tribunal Europeu deverá anunciar a sua decisão sobre o novo mecanismo de Estado de direito da UE. A Hungria e a Polônia entraram com uma ação contra o novo mecanismo, adotado em dezembro de 2020, segundo o qual os países que violam o estado de direito podem ser cortados do orçamento geral europeu.
Autoridades europeias e organizações de direitos humanos acusaram o primeiro-ministro de 2010 de minar a democracia e o Estado de direito. Orbán opôs-se a esta avaliação no discurso de hoje. "Para eles, o estado de direito é um meio pelo qual eles querem nos moldar em algo como eles", disse ele, enfatizando que a Hungria não gostaria de se tornar como a Europa Ocidental, assim como não esperaria que o Ocidente aceitasse os húngaros. políticas de família ou asilo.
Budapeste quer preservar a unidade da UE "apesar da crescente alienação cultural", acrescentou Orban, observando que é por isso que seu país tem feito repetidamente "propostas de tolerância" a Bruxelas e Berlim. "Não há outra solução senão a tolerância. Esta é a única maneira de encontrar um caminho comum", disse.
Além disso, Orban enfatizou em seu discurso anual, que lançou a campanha eleitoral parlamentar em abril, que uma possível invasão russa da Ucrânia poderia levar a centenas de milhares de refugiados ucranianos tentando entrar na Hungria, informou a Associated Press. Ele acrescentou que evitar a guerra era do interesse da Hungria e pediu uma solução para a crise por meio do diálogo.
O primeiro-ministro enfatizou que se opõe aos planos da UE de usar sanções contra a Rússia. "Não pode haver sanções, políticas penais, edificação ou qualquer outro tipo de arrogância por parte das grandes potências", disse Orban, cujo país se opõe à imposição de sanções europeias contra Moscou.
Orban também disse que a Ucrânia é uma zona tampão vital entre a Rússia e a Hungria. Ele acrescentou que "a força militar da Europa deve ser pelo menos comparável à da Rússia", razão pela qual Budapeste apoia o desenvolvimento de capacidades militares europeias e a criação de uma força de defesa europeia comum.
Orban também estendeu o teto do preço do combustível e prometeu um apoio mais generoso para as famílias se reeleito nas eleições de 3 de abril. Ele acusou seus oponentes de planejar um retorno à má governança econômica, que levou o país à beira do colapso financeiro em 2008, informou a Reuters.
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