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Síria apoia reconhecimento russo de regiões separatistas do leste da Ucrânia

O ministro das Relações Exteriores, Faisal Mekdad, disse que o governo sírio "cooperará" com as duas regiões controladas por separatistas apoiadas por Moscou.

O governo da Síria diz que “apóia” a decisão do presidente russo, Vladimir Putin, de reconhecer duas regiões controladas por separatistas apoiadas por Moscou no leste da Ucrânia como independentes.

Em comentários divulgados pela agência estatal de notícias síria, o ministro das Relações Exteriores Faisal Mekdad foi citado dizendo que o governo do presidente Bashar al-Assad “cooperará” com a autoproclamada República Popular de Donetsk (DPR) e a República Popular de Luhansk (LNR).

Sua declaração no fórum Valdai em Moscou veio horas depois que Dmitry Sablin, um político russo encarregado dos laços com o governo aliado em Damasco, disse que conversou com al-Assad sobre a situação no leste da Ucrânia.

“Ele disse que a Síria estaria pronta para reconhecê-los da mesma forma que reconheceu [regiões georgianas separatistas da] Ossétia do Sul e Abkhazia” após a guerra russo-georgiana de 2008, disse Sablin à agência de notícias RIA Novosti.

Falando em uma coletiva de imprensa após os movimentos da Rússia na segunda-feira, o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy disse que seus compatriotas “não tinham medo de nada nem de ninguém”.

Enquanto isso, os governos ocidentais condenaram a Rússia em uma reunião urgente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, com os Estados Unidos chamando o anúncio de Putin de “violação não provocada da soberania e integridade territorial da Ucrânia”.

O governo de Putin tem sido um importante aliado de al-Assad durante a guerra síria que eclodiu em 2011 com a repressão dos protestos contra o governo.

A intervenção militar da Rússia em 2015 ajudou a virar a maré da guerra a favor de al-Assad e Moscou mantém bases militares no país.

Na semana passada, o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, visitou a Síria para conversar com al-Assad e inspecionar uma base aérea russa no país devastado pela guerra.

A viagem ocorreu quando os militares russos enviaram bombardeiros e caças com capacidade nuclear de longo alcance carregando mísseis hipersônicos de última geração para sua base aérea na Síria para exercícios navais maciços na região.

Durante a reunião em Damasco, Shoigu “informou o presidente sírio sobre os exercícios da marinha russa no Mediterrâneo oriental”, disse o Ministério da Defesa em comunicado.

O apoio político e militar da Rússia à Síria tem sido um ponto de discórdia particular nas relações de Moscou com o Ocidente, que impôs sanções a Moscou por apoiar al-Assad.

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