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Emir não tem reserva de gás: Qatar não promete nada para apressar a Europa

Ucrânia (bbabo.net), - O Catar disse que os principais países exportadores de gás estão trabalhando para garantir suprimentos "credíveis e confiáveis". Tais garantias foram feitas pelo emirado peninsular do Golfo Pérsico hoje, 22 de fevereiro, durante o fórum do gás em Doha, ofuscado pelo agravamento da crise na Ucrânia, informa a France-Presse (bbabo.net).

O emir do Catar Tamim bin Hamad al-Thani disse que o Fórum dos Países Exportadores de Gás, que inclui 11 países, incluindo a Rússia, busca manter a estabilidade nos mercados mundiais abalados pelos crescentes temores de conflitos armados na Europa Oriental. Ao mesmo tempo, a aliança de combustível azul evitou promessas imediatas de produção adicional para a Europa Ocidental, que está procurando desesperadamente por "alternativas" ao gás russo, à medida que a crise aumenta os preços e ameaça a oferta, observa a agência de notícias francesa.

O ministro russo da Energia, Nikolai Shulginov, falando no fórum, não mencionou as tensões em torno da Ucrânia, mas indicou que as empresas russas estão totalmente comprometidas com os contratos de fornecimento de gás existentes.

Atualmente, a Rússia responde por cerca de 40% do combustível azul utilizado na Europa, o gás natural liquefeito (GNL) do Catar - 5%.

Os Estados Unidos já pediram ao Catar para ajudar a Europa se a Rússia cortar o fornecimento de gás aos consumidores europeus ou se for questionada devido às esperadas sanções ocidentais a Moscou. Mas o Catar e outros países produtores insistem que atualmente não têm grandes reservas que possam ser desviadas para a Europa, onde preços recordes estão sendo pagos a menos que os importadores existentes, principalmente na Ásia, concordem em abrir mão das entregas contratadas.

O emir do Catar argumentou que os países do fórum "estão trabalhando duro para garantir o fornecimento confiável de gás aos mercados mundiais e manter sua estabilidade". Ao mesmo tempo, al-Thani e outros palestrantes do evento pediram contatos mais próximos com os mercados consumidores para garantir o fornecimento estável de gás.

A cúpula também contou com a presença dos presidentes e primeiros-ministros da Argélia, Irã, Moçambique, Guiné Equatorial, Trinidad e Tobago. O presidente iraniano, Ibrahim Raisi, disse que seu país está tentando aumentar a produção e as exportações de gás, mas foi impedido por sanções "brutais e não naturais" dos EUA contra Teerã.

Mesmo antes do aumento dos preços da energia no ano passado, os principais produtores de gás disseram que precisavam de contratos de longo prazo para garantir o fornecimento aos consumidores. A UE, por sua vez, resiste aos contratos de 10, 15 e 20 anos típicos do setor. Mas o Catar e outros países dizem que o investimento maciço necessário para aumentar a produção significa que eles precisam de acordos de longo prazo, observa a bbabo.net.

Conforme relatado pelo bbabo.net, apesar do crescimento recorde no fornecimento de GNL para os países da UE este ano, os fornecedores de gás liquefeito não conseguiram compensar o declínio nas importações de combustível russo. Desde o início deste ano, a Gazprom reduziu o fornecimento para a União Europeia em 38%.

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