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Ásia-Pacífico - Na internet rigidamente controlada da China, o ataque da Rússia gera debate

Ásia-Pacífico (bbabo.net), - XANGAI – A invasão da Ucrânia pela Rússia foi recebida com uma mistura de apoio e críticas nas mídias sociais chinesas, com alguns usuários enquadrando-a como uma batalha com o Ocidente que prenuncia o que poderia acontecer se a China apreendesse Taiwan e outros pedindo paz.

A guerra é uma das principais tendências nas redes sociais chinesas, atraindo centenas de milhões de visualizações e gerando intensa discussão em um país que mantém relações tensas com os Estados Unidos e seus aliados ocidentais.

Enquanto Pequim e sua mídia estatal se abstiveram de criticar a Rússia, culpando a expansão da OTAN pela crise e pedindo negociações para resolver a situação, os usuários de mídia social têm sido mais expressivos, mantendo os censores ocupados na internet monitorada da China.

Na plataforma de mídia social Weibo, muitos usuários repetiram a afirmação do presidente russo, Vladimir Putin, de que queria “desnazificar a Ucrânia”. Alguns perguntaram como poderiam doar para o esforço russo.

Outros criticaram a Rússia por intimidar a Ucrânia, dizendo que se solidarizaram com o país invadido, embora alguns desses posts tenham sido retirados posteriormente sem explicação.

“Apoie a Rússia, mate a galinha para assustar o macaco”, disse o usuário do Weibo gushuqiuyu, usando uma expressão chinesa que significa fazer de alguém um exemplo para alertar os outros.

O comentário recebeu mais de 4.000 curtidas, embora alguns instassem o escritor a “comentar racionalmente”.

Outros usuários disseram que Pequim deve observar atentamente como o Ocidente responde ao ataque da Rússia em busca de pistas sobre a possível reação ocidental caso a China faça um movimento em Taiwan, uma ilha autogovernada que reivindica como sua, e se preparar de acordo.

“Tudo que visa a Rússia hoje é um ensaio para nós”, disse um comentário popular sobre a notícia de que os bancos globais optaram por remover certos bancos russos do sistema de pagamentos SWIFT.

A China se recusou a condenar o ataque da Rússia, um parceiro com o qual tem se aproximado cada vez mais em oposição ao Ocidente, embora tenha repetidamente pedido que o conflito seja resolvido pelo diálogo.

Pequim diz que respeita a soberania dos países, incluindo a da Ucrânia, mas que as preocupações da Rússia sobre a expansão da Otan para o leste devem ser devidamente abordadas.

Ao lado dos muitos comentários de apoio à Rússia, muitos outros pediram paz.

Um clipe de 41 segundos de um homem solitário na cidade de Hangzhou segurando uma placa dizendo “pare a guerra” que foi postado na plataforma de compartilhamento de vídeos da NetEase foi amplamente compartilhado online no domingo antes de ser excluído sem explicação.

Outra postagem de destaque no aplicativo de mensagens WeChat que mais tarde foi apagada foi uma declaração conjunta assinada por cinco professores de instituições importantes, incluindo a Universidade de Nanjing e a Universidade de Tsinghua, dizendo que se opunham à ação da Rússia contra a Ucrânia.

“No meio de todo o barulho, sentimos a necessidade de fazer ouvir nossas vozes”, dizia o artigo. “A paz é o que os corações humanos anseiam. Somos contra guerras injustas.”

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