Apesar dos desafios relacionados ao clima enfrentados pela atual temporada agrícola, a produção de tabaco deve permanecer nos níveis do ano passado, quando o país teve chuvas agrícolas ideais, disse um alto executivo do setor na quarta-feira.
O diretor-presidente do Conselho de Marketing da Indústria do Tabaco (TIMB), Meanwell Gudu, disse que as chuvas incessantes afetaram a produção de tabaco nesta temporada, assim como fatores como chuvas de granizo e altos custos de insumos.
Mas, apesar disso, ele disse que o país espera uma safra de cerca de 200 milhões de quilos, a mesma do ano passado.
Em termos de qualidade da colheita, Gudu disse que isso era “geralmente bom” e seria capaz de alcançar os melhores preços quando a temporada de comercialização começar no próximo mês.
“As chuvas chegaram tarde e foram incessantes em algumas áreas que afetaram a safra. Mas geralmente temos uma boa safra”, disse.
Chuvas de granizo atingiram algumas áreas de cultivo de tabaco, mas a safra afetada não é tão grande a ponto de alterar as estimativas de produção para o ano.
O tabaco é a maior exportação agrícola do país e a segunda maior exportação de commodity após o ouro, arrecadando cerca de US$ 800 milhões no ano passado.
Gudu disse que uma leve seca no Brasil, um grande concorrente do Zimbábue no mercado global de tabaco, provavelmente ajudará a aumentar a demanda e os preços da safra local.
Mas as vantagens, principalmente de preços firmes, são compensadas pelos altos custos de produção no país, principalmente de insumos essenciais, como fertilizantes.
Gudu disse que garantir a viabilidade do agricultor é um desafio que precisa de atenção coletiva de todas as partes interessadas, principalmente do governo.
Caso contrário, observou ele, os ganhos alcançados no setor nas últimas duas décadas, principalmente diversificando a base de produtores e aumentando substancialmente a produção, podem ser perdidos.
A produção de tabaco cresceu de 48 milhões de quilogramas em 2008 para mais de 200 milhões de quilogramas agora, e a maior parte disso é contabilizada por pequenos agricultores reassentados.
Gudu disse que o plano do regulador do setor é aumentar ainda mais para 300 milhões de quilos até 2025, principalmente por meio da expansão da irrigação.
Atualmente, apenas 18 por cento da safra é cultivada sob irrigação, e a intenção é expandir isso para pelo menos 40 por cento.
Mas o sucesso em aumentar a produção de tabaco teve um enorme custo ambiental, disse Gudu.
Isso levou a um desmatamento maciço, especialmente em fazendas reassentadas, com as quais a TIMB e outras partes interessadas estavam tentando lidar com a promoção do uso de celeiros de cura de tabaco com eficiência de combustível e fontes de energia renovável. – Nova Ziana
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