Bbabo NET

Esporte Notícias

EUA e Reino Unido aumentam pressão sobre sanções à Rússia por causa da Ucrânia

Os Estados Unidos e o Reino Unido sinalizaram no domingo novas e "devastadoras" sanções econômicas contra a Rússia, enquanto Washington e seus aliados da Otan intensificam os esforços para impedir qualquer invasão da Ucrânia.

Os temores de uma invasão iminente cresceram nos últimos dias, apesar das negações de Moscou e dos apelos do presidente da Ucrânia para evitar provocar "pânico" com o enorme acúmulo militar russo na fronteira.

Em meio a uma enxurrada de contatos diplomáticos, a subsecretária de Estado dos EUA, Victoria Nuland, disse que uma proposta sobre questões de segurança apresentada na semana passada pelos EUA e pela Otan à Rússia pode ter despertado o interesse em Moscou.

"Ouvimos alguns sinais de que os russos estão interessados ​​em se engajar nessa proposta", disse Nuland à CBS, incluindo a probabilidade de novas negociações nesta semana entre o secretário de Estado Antony Blinken e seu colega russo, Sergei Lavrov.

O presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado, por sua vez, assumiu uma postura dura, dizendo que é crucial que os Estados Unidos enviem uma mensagem poderosa ao presidente russo, Vladimir Putin, de que qualquer agressão contra a Ucrânia terá um custo muito alto.

"Não podemos ter um momento de Munique novamente", disse o senador Bob Menendez à CNN. "Putin não vai parar com a Ucrânia."

Ele indicou que algumas penalidades podem ser aplicadas sobre ações que a Rússia já tomou na Ucrânia, incluindo ataques cibernéticos, mas que "sanções devastadoras que acabariam por esmagar a Rússia" viriam se Moscou invadisse.

Nuland disse que a Casa Branca está trabalhando em estreita colaboração com o Senado e que quaisquer medidas de sanções seriam "muito bem alinhadas" com aquelas vindas de aliados europeus.

Putin "o sentirá agudamente, assim como o povo russo", disse ela.

Em Londres, a secretária de Relações Exteriores, Liz Truss, disse que o Reino Unido divulgará na próxima semana uma legislação de sanções visando "uma variedade muito maior" de metas econômicas russas.

"Não haverá onde se esconder para os oligarcas de Putin", disse Truss à Sky News.

Mas ela advertiu que os aliados europeus devem permanecer unidos para dissuadir Moscou, e não colocar "questões financeiras imediatas" sobre a defesa da "liberdade e democracia".

Analistas dizem que uma série de sanções que atingem bancos e instituições financeiras russas não apenas afetaria a vida cotidiana em toda a Rússia, mas poderia perturbar as principais economias da Europa e de outros lugares.

Os líderes ocidentais continuam a adotar uma abordagem em duas frentes, intensificando a assistência militar à Ucrânia, mas também realizando um esforço diplomático de tribunal completo para desarmar a crise.

A Grã-Bretanha está se preparando para oferecer à Otan um "grande" envio de tropas, armas, navios de guerra e jatos, anunciou o primeiro-ministro Boris Johnson no sábado. Ao mesmo tempo, espera-se que ele fale com Putin na próxima semana.

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, saudou no domingo o aumento do apoio militar, ao mesmo tempo em que endossou a iniciativa diplomática de Londres.

Com as tensões aumentando, o Canadá anunciou no domingo a repatriação temporária de todos os funcionários não essenciais em sua embaixada em Kiev. E sua ministra da Defesa, Anita Anand, disse que as forças canadenses na Ucrânia estavam sendo movidas para o oeste do rio Dnieper.

As relações entre a Rússia e o Ocidente estão no ponto mais baixo desde a Guerra Fria.

Mas a Rússia negou repetidamente representar uma ameaça à ex-república soviética e disse no domingo que quer relações "respeitosas" com os Estados Unidos.

"Queremos relações boas, iguais e mutuamente respeitosas com os Estados Unidos, como com todos os países do mundo", disse o ministro das Relações Exteriores Lavrov à TV russa.

Ele acrescentou, no entanto, que a Rússia não quer permanecer em uma posição "onde nossa segurança é infringida diariamente".

Citando a presença da OTAN perto de sua fronteira oriental, a Rússia apresentou demandas de segurança a Washington e à aliança militar liderada pelos EUA.

Eles incluem uma garantia de que a OTAN não admitirá novos membros, em particular a Ucrânia, e que os Estados Unidos não estabelecerão novas bases militares em países ex-soviéticos.

A Rússia também exigiu uma retirada das forças da OTAN enviadas para países do leste europeu e ex-soviéticos.

Diante da escalada russa, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky pediu ao Ocidente que reduza o tom da retórica.

Esse apelo, de um país também ansioso por apoio ocidental – particularmente desde que Moscou tomou a Crimeia em 2014 e começou a alimentar um conflito separatista mortal no leste do país – levantou suspeitas em Washington.

A embaixadora ucraniana Oksana Markarova tentou tranquilizar os americanos no domingo, dizendo à CBS que a Ucrânia é "grata pelos Estados Unidos", mas que depois de oito anos vivendo com uma ameaça constante da Rússia, "não podemos entrar em pânico".

O ministro das Relações Exteriores de Kiev, Dmytro Kuleba, instou a Rússia em um tweet a retirar suas forças e "continuar o engajamento diplomático" se for "sério" sobre a diminuição das tensões.

Em meio aos contatos diplomáticos em andamento, Putin conversou com o presidente francês Emmanuel Macron na sexta-feira.

EUA e Reino Unido aumentam pressão sobre sanções à Rússia por causa da Ucrânia