Bbabo NET

Esporte Notícias

Al-Hilal e Ramon Diaz esperam que a familiaridade possa levar ao sucesso

O técnico argentino deve começar bem, já que os campeões asiáticos enfrentam dois jogos que podem definir sua temporada

LONDRES (Reuters) - O Al-Hilal espera que a familiaridade de Ramon Diaz com o futebol saudita signifique que ele pode começar a correr, com dois grandes jogos em sua primeira semana no comando.

Há um confronto da liga contra o rival de Riad Al-Shabab na quinta-feira, seguido pela final da Copa do Rei contra o rival ainda maior de Riad Al-Nassr quatro dias depois. Ganhe os dois e a situação ficará muito mais brilhante. Perder os dois não dá para pensar.

O argentino sucede a Leonardo Jardim, que deixou o atual campeão na segunda-feira, e volta ao cargo que ocupou de outubro de 2016 a fevereiro de 2018. Foi tempo suficiente em Riad para o técnico de 62 anos conhecer as expectativas e exigências do os 17 vezes campeões sauditas.

Jardim recebeu suas ordens de marcha principalmente por causa de maus desempenhos no campeonato e resultados que deixaram o Al-Hilal em quarto lugar e 16 pontos atrás do líder Al-Ittihad, que jogou apenas mais duas partidas.

Estar tão atrás sempre seria perigoso para o homem que levou o Mônaco ao título francês de 2017. Quando o jogo com o Al-Shabab começar, o Ittihad, que venceu seus últimos 10 jogos no campeonato, poderia facilmente ter derrotado o Al-Taawoun e aberto uma vantagem de 19 pontos sobre seus rivais. Independentemente do que os Tigres façam, o Al-Hilal precisa derrotar seus vizinhos se quiser ter alguma chance de manter contato com a corrida pelo título.

E não se trata apenas do título, mas também de entrar nas vagas da AFC Champions League. Perder os três primeiros pela primeira vez desde 2004 é uma possibilidade real. Uma derrota para o Al-Shabab deixaria os Blues a 12 pontos do segundo colocado, com três jogos a menos.

A vitória na quinta-feira é essencial, mas está longe de ser fácil contra um time que está em uma sequência invicta de 17 jogos no campeonato e terá um ponto a provar depois que Hilal levou seu atacante Odion Ighalo no mês passado.

Depois, há a final contra o Al-Nassr na segunda-feira. Diaz venceu a Copa do Rei em 2017 e, se conseguir levantar o troféu em sua primeira semana, não apenas conquistará o futebol da Liga dos Campeões para o próximo ano, mas também poderá definir o tom para os próximos meses. Essa é uma das razões pelas quais Jardim foi demitido, pois a sensação era de que ganhar a taça não mudaria nada para o técnico português. Mas poderia dar a Diaz um grande pontapé inicial.

Vencer esses dois primeiros jogos é a prioridade imediata, mas há muitos papéis na bandeja de Diaz no Estádio Internacional King Fahd que precisam ser tratados nos próximos dias e semanas. Jardim lutou para acomodar alguns dos melhores talentos ofensivos da Ásia: Moussa Marega, Salem Al-Dawsari, Matheus Pereira, André Carrillo, Salman Al-Faraj, Igahlo e outros entrariam na maioria das equipes do continente.

A contratação de Pereira em agosto deveria levar a equipe ao próximo nível, mas o craque brasileiro ainda não produziu o tipo de desempenho que era comum na Premier League inglesa na temporada passada pelo West Bromwich Albion. Ele ainda não marcou na liga nesta temporada e Diaz precisa colocar seu compatriota sul-americano no clima e em posições mais perigosas.

Diaz também terá que fazer com que Marega e o novo contratado Ighalo atirem juntos no ataque. Seu antecessor jogou o ex-atacante do Manchester United no meio e Marega na direita no Mundial de Clubes, onde o maliano deu tudo de si, mas nunca pareceu completamente confortável. Apenas conectar essas peças do quebra-cabeça será metade do trabalho para Diaz.

Do outro lado do campo, a defesa também não tem apresentado o seu melhor, com oito golos sofridos nos últimos cinco jogos. Houve problemas de concentração com a linha de trás desligando em momentos cruciais.

Há algo mais. Diaz não é visto como um compromisso emocionante. Isso não é uma surpresa, pois ele foi demitido do mesmo emprego há apenas quatro anos. Sua carreira desde então também não foi tão impressionante. Houve um período de quatro jogos no comando do Ittihad com três derrotas e um empate, um tempo no comando das Pirâmides do Egito que não durou muito e depois um rápido retorno à América do Sul. Em seguida, foi para o clube de Dubai Al-Nasr, que ele acabou de deixar no meio da mesa na UAE Pro League. Seu currículo não é nem de longe tão bom quanto o do ex-técnico do Mônaco que acabou de sair.

A administração pode ver Diaz como um par de mãos seguras, mas o argentino vai precisar de um bom começo para colocar os fãs do seu lado. Vitórias contra Al-Shabab e Al-Nassr fariam o trabalho, mas derrotas poderiam virtualmente acabar com as esperanças do Al-Hilal de ganhar qualquer coisa nos próximos meses e correr o risco de Diaz parecer um pato manco. Os próximos dias são cruciais.

Al-Hilal e Ramon Diaz esperam que a familiaridade possa levar ao sucesso