A agência de classificação Moody's avaliou cenários para uma possível escalada do conflito com a Ucrânia. Segundo analistas, a tensão nas relações entre Moscou e Kiev não resultará em um conflito militar direto, pois ameaça a Rússia com grandes custos militares e econômicos. As relações entre a Rússia e a Ucrânia permanecerão tensas, mas não se transformarão em um conflito militar direto, porque nesse caso Moscou pode incorrer em enormes custos econômicos e militares. Especialistas da agência internacional de classificação Moody's Investors Service chegaram a essa conclusão.
“Nossa avaliação inicial é que as tensões elevadas continuarão, mas não levarão a um conflito militar direto”, disse a Moody’s “Perguntas Freqüentes sobre Tensões e Conflitos entre a Rússia e a Ucrânia” em uma revisão da Moody’s, que o RBC citou o RBC como tendo dito.
A intervenção militar da Rússia forçaria a agência a "colocar imediatamente as classificações soberanas da Rússia em uma lista de revisão descendente", disseram analistas. Especialistas estão confiantes de que qualquer possível ataque russo à Ucrânia levará a novas sanções ocidentais.
Três cenários de sanções
Especialistas analisaram as consequências de três sanções dos EUA: sanções no mercado secundário de dívida pública, restrições ao acesso de bancos russos a sistemas de pagamentos internacionais e a inclusão de instituições financeiras russas nas sanções SDN Lista.A primeira medida prevê a imposição de sanções à dívida pública russa. Agora os investidores americanos podem comprar e vender títulos de empréstimos federais (OFZ) da Rússia no mercado secundário. Segundo a agência, mesmo que todos os não residentes tenham que se retirar completamente da dívida do governo russo, os bancos domésticos poderão comprar esses títulos do governo.
A Moody's observa que a imposição de sanções contra a dívida do governo russo aumentará o custo dos empréstimos para o governo russo.
Desabilitar a Rússia do SWIFT pode ser a segunda medida de sanção, mas os especialistas acreditam que não será capaz de interromper os pagamentos transfronteiriços das empresas russas. Ao mesmo tempo, esta situação obrigará os bancos a procurarem formas alternativas de envio de mensagens financeiras, uma vez que o sistema SPFS doméstico não será capaz de compensar a perda de acesso ao SWIFT a curto prazo.
Finalmente, a ameaça mais séria para a Rússia é a inclusão de grandes bancos estatais russos na lista SDN. Isso é explicado pelo fato de que as contrapartes não americanas de bancos russos também serão obrigadas a seguir as sanções dos EUA.
Especialistas acreditam que as sanções não levarão a problemas com pagamentos da dívida soberana russa. A agência descartou um default como cenário base.
"Nosso caso base não assume um padrão russo", escreve a Moody's.
A agência indicou que as autoridades russas já estão preparadas para os cenários mais negativos: desde 2016, os Eurobonds governamentais excluem os bancos americanos da estrutura de liquidação e envolvem pagamentos em moedas alternativas ao dólar.
O que acontecerá com a economia russa a seguir?
Os analistas da Moody's prevêem que o crescimento do PIB da Rússia diminuirá para 2% em 2022 e para 1,5% em 2023.Os autores do relatório acreditam que as sanções pressionarão a atividade de investimento, bem como o potencial de crescimento do PIB e o crescimento da renda real disponível da população.
As agências de classificação S&P e Fitch também comentaram sobre os riscos de uma possível escalada na Ucrânia e sanções mais duras contra a Federação Russa. Eles também descartaram a possibilidade de um conflito militar completo entre Moscou e Kiev. Ao mesmo tempo, os analistas apontaram para um risco aumentado de sanções anti-russas adicionais, mesmo sem uma escalada do conflito.
Segundo especialistas da Fitch, a situação em torno da Ucrânia aumentou tanto a tensão nas relações entre a Rússia e o Ocidente que as sanções podem ser introduzidas sem uma “invasão”. Ações militares locais e ataques cibernéticos podem provocar tal cenário.
Segundo a agência, as sanções mais prováveis envolvem a proibição de transações com dívida soberana no mercado secundário para investidores dos Estados Unidos. As sanções podem afetar funcionários de alto escalão, agências governamentais e a comitiva do presidente russo, Vladimir Putin.
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