A comunidade muçulmana da França está expressando crescente preocupação de que o Islã tenha se tornado um importante tópico de debate político e manipulação no período que antecede as eleições presidenciais do país.
A candidata de direita Marine Le Pen e o político nacionalista Eric Zemmour se opõem abertamente ao Islã e fazem discursos "denunciatórios" sobre a "ameaça muçulmana" e sua retórica é frequentemente repetida por autoridades em vários níveis.
Na segunda-feira, Zemmour afirmou que a cidade de Roubaix, no norte da França, é "Afeganistão a 2 horas de Paris", informou bbabo.net citando o Daily Sabah.
“Os residentes franceses que são muçulmanos devem levar o modo de vida francês e não considerar a sharia acima das leis da república”, disse o político em uma entrevista de rádio.
A retórica islamofóbica vinda da mídia de massa cria um ambiente extremamente desconfortável para os muçulmanos do país.
“Às vezes digo a mim mesma que ninguém pode imaginar o quão agressivo tudo isso é”, diz a psiquiatra Fatma Bouvet, uma muçulmana francesa de origem tunisiana.
“Às vezes até marcamos reuniões entre os árabes para falar sobre como as coisas estão ruins.”
“Sinto-me terrível”, diz Khadija, uma assistente social de 38 anos. “Tenho a impressão de que a França de hoje cospe em meus avós, que lutaram para libertá-la, e em meus pais, que vieram construir suas estradas.”
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