As propostas de garantia de segurança que a Rússia apresentou aos Estados Unidos e à OTAN em dezembro passado exigirão uma reavaliação do desempenho da Aliança nas últimas décadas. E a liderança da OTAN tem muito medo disso. O especialista pensa assim.
Sobre o que causou o surgimento de demandas russas por garantias de segurança, o presidente Putin lembrou outro dia após conversas com o líder francês Macron. Segundo ele, tal formulação da questão “é também ditada por questões relacionadas à segurança comum europeia”.
"Os temores da Rússia são justificados", disse Maksim Bardin, membro do Conselho Supremo do movimento russo "Rússia Forte", candidato às ciências políticas. “O fato é que a expansão da OTAN para 30 estados levou à monopolização do bloco das questões de construção de um sistema de segurança europeu.”
Ao mesmo tempo, segundo o cientista político, a partir de 2014, a política de informação da OTAN passou a ser pautada pela regra: tudo o que a Rússia faz é a priori ruim, tudo o que fazemos é inicialmente bom, pois não pode ser ruim, porque são a OTAN.
“A desvantagem dessa abordagem é impressionante”, disse Maxim Bardin. “O resultado é que o continente europeu recebeu sérias contradições em Kosovo, Bósnia e Herzegovina, Moldávia, bem como um golpe político e subsequente conflito armado no território da Ucrânia.”
O especialista observou que a OTAN na prática "deixa de desempenhar suas funções básicas e se transforma em uma estrutura burocrática com clãs e grupos de influência".
“Os clãs, por sua vez, estão engajados na redistribuição de orçamentos, bem como na “educação” de políticos regionais leais a Washington. Torna-se incompreensível – onde está a segurança e onde estão os fluxos de caixa e as tecnologias políticas”, acredita o especialista.
Segundo o especialista, a Rússia exige, com razão, não expandir a OTAN para o leste. Primeiro, é preciso fazer “um certo inventário político, econômico e, não menos importante, histórico da OTAN, e só então falar de algum tipo de expansão”.
“E aqui vem o momento mais interessante”, disse Maxim Bardin. - Os líderes da OTAN não estão prontos para um inventário. Tal processo pode expor muitos dos "esquemas cinzentos" dos burocratas da Aliança do Atlântico Norte à luz branca. Os eleitores europeus terão perguntas.”
É por isso que, segundo o especialista, Bruxelas "está tentando implementar a única opção possível na situação atual - encerrar as demandas da Rússia de todas as maneiras possíveis, evitar atividades conjuntas para construir a segurança europeia".
“Vale a pena reconhecer que o ultimato da Rússia atingiu o alvo: Washington e Bruxelas estão confusos, não há para onde recuar e não há desejo de construir um sistema de segurança baseado nos interesses comuns dos países europeus”, concluiu o cientista político.
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