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Crise na Ucrânia: primeiro-ministro japonês pede a Putin que busque solução 'aceitável'

O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, exortou nesta quinta-feira o presidente russo, Vladimir Putin, a encontrar uma solução diplomática que seja “aceitável” para os países envolvidos, em meio à preocupação de que a Rússia possa invadir a vizinha Ucrânia.

Kishida disse a repórteres após a teleconferência de 25 minutos com Putin que o Japão se opõe ao uso da força para mudar o status quo e continuará monitorando a situação Ucrânia-Rússia com “grave preocupação”. Os dois líderes concordaram em continuar o diálogo sobre a crise no país do Leste Europeu.

A primeira conversa sobre a crise na Ucrânia ocorreu quando os Estados Unidos e as principais nações europeias, como França e Alemanha, intensificaram a diplomacia para evitar uma nova escalada da situação.

Kishida prometeu que o Japão, que iniciou as conversas por telefone, “continuará com esforços diplomáticos tenazes para aliviar as tensões”. Putin disse a Kishida por telefone que a Rússia não tem intenção de invadir a Ucrânia, disse um funcionário do governo japonês.

Kishida disse que Putin transmitiu as posições da Rússia sobre a situação, mas não deu mais detalhes.

A Rússia tem buscado uma garantia de que a Organização do Tratado do Atlântico Norte não se expandirá para o leste para incluir a Ucrânia.

As observações de Kishida refletem uma sensação de alarme sobre o crescente impasse causado pelo maciço acúmulo militar da Rússia perto da fronteira com a Ucrânia.

Ele também concordou com Putin em continuar o diálogo para alcançar um tratado de paz pós-guerra entre o Japão e a Rússia.

Tóquio e Moscou continuam em desacordo sobre a propriedade de um grupo de ilhotas russas ao largo de Hokkaido.

A disputa territorial de décadas impediu que os dois países concluíssem o tratado.

Navios de guerra russos em águas ao largo do Japão em 'alerta' sobre a Ucrânia Falando em uma entrevista coletiva antes das negociações planejadas, Kishida disse: "Precisamos trabalhar para aliviar a tensão, dado nosso relacionamento com a Rússia". Sua observação sinalizou relutância em impor medidas punitivas contra Moscou no caso de uma invasão, porque tal ação japonesa afetaria as negociações para a devolução das ilhas.

As tensões na fronteira parecem voláteis.

A Rússia disse que algumas unidades militares estavam retornando às suas bases de exercícios perto da Ucrânia, mas os Estados Unidos e os países europeus estão céticos sobre tal afirmação.

Kishida disse que o Japão se coordenará com outras nações industrializadas do Grupo dos Sete e tomará a resposta apropriada conforme necessário, mas não detalhou o que ele e Putin discutiram sobre as sanções.

Caso ocorra uma invasão russa, o Japão está considerando impor sanções em sintonia com o G-7, mas essa medida pode levar a um impasse adicional nas negociações sobre o tratado bilateral.

A crise também ocorre quando o aumento militar da China e suas reivindicações territoriais assertivas vêm alimentando preocupações na região do Indo-Pacífico, com altas tensões entre Pequim e Taiwan.

Japão avista navios de guerra russos na costa após patrulhas conjuntas China-Rússia A China considera Taiwan uma província renegada a ser reunificada com o continente, pela força, se necessário. “A situação da Ucrânia é extremamente tensa.

Se permitirmos qualquer mudança no status quo pela força, isso enviará uma mensagem errada, não apenas para a Europa, mas para a Ásia e o resto do mundo”, disse Kishida na entrevista coletiva de sexta-feira.

As conversas telefônicas de Kishida com Putin seguiram as conversas com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky no início desta semana.

Ele ressaltou o apoio do Japão à soberania e integridade territorial da Ucrânia em meio à concentração de forças militares da Rússia e concordou com Zelenskyy que eles farão esforços diplomáticos para aliviar as tensões.

Líderes do Grupo dos Sete países industrializados estão considerando realizar uma reunião virtual em uma data antecipada, possivelmente por volta de 24 de fevereiro, sobre a crise na Ucrânia, segundo fontes próximas ao plano.

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