O Hamas afirma o ‘direito natural’ dos países do Médio Oriente de se defenderem ‘face às agressões sionistas’.
O grupo palestiniano Hamas manifestou apoio ao Irão depois de este ter lançado centenas de mísseis e drones contra Israel em retaliação por um ataque mortal ao seu consulado na capital síria, Damasco.
Numa declaração no sábado, o Hamas, que governa o enclave palestiniano de Gaza, disse que afirmava “o direito natural” dos países e povos do Médio Oriente de se defenderem “face às agressões sionistas”.
“A operação militar levada a cabo pelo Irão contra a entidade sionista é um direito natural e uma resposta devida ao crime de atingir o consulado em Damasco”, afirmou.
A salva iraniana, disparada na noite de sábado, consistia em mais de 300 mísseis de cruzeiro, mísseis balísticos e drones, segundo os militares israelenses. Cerca de 99 por cento dos projéteis foram interceptados, disse um porta-voz israelense, com a ajuda da França, do Reino Unido e dos Estados Unidos.
O Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irão (IRGC) disse que lançou os drones e mísseis no âmbito da Operação True Promise como parte da punição pelo “crime da entidade sionista de atacar o consulado iraniano na Síria” em 1 de Abril.
O ataque em Damasco matou 13 pessoas, incluindo dois generais seniores da Força Quds de elite do IRGC.
Israel não confirmou nem negou a responsabilidade pelo ataque ao consulado.
A missão do Irão nas Nações Unidas disse que agora considera o assunto “concluído” e alertou Israel para uma resposta “consideravelmente mais severa” caso o “regime israelita cometa outro erro”.
Também alertou os EUA para ficarem fora do conflito.
Mohammad Bagheri, chefe do Estado-Maior Conjunto do Irão, foi citado pela agência de notícias Tasnim que Teerão avisou Washington que as suas bases serão alvo se apoiar uma resposta israelita.
O Irão transmitiu uma mensagem através da embaixada suíça de que se os EUA participassem “em novos movimentos sionistas agressivos através das suas bases ou meios militares em toda a região, e isto nos for provado, as suas bases, bens e pessoal na região não terão segurança”, ele disse.
A escalada ocorre seis meses após a última guerra de Israel contra Gaza, que começou após os ataques sem precedentes do Hamas no sul de Israel, em 7 de Outubro. O brutal ataque israelita matou pelo menos 33.686 palestinianos e feriu outros 76.309 em Gaza.
O derramamento de sangue aumentou as tensões na região, espalhando-se pelas frentes com o Líbano e a Síria e atraindo fogo de longo alcance contra alvos israelitas tão distantes como o Iémen e o Iraque.
Vários países do Ocidente condenaram o ataque do Irão, com o Reino Unido a dizer que estava a trabalhar para estabilizar a situação e a França a criticar Teerão por arriscar uma “escalada militar”. O Egipto e a Arábia Saudita apelaram à moderação, enquanto o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse estar “profundamente alarmado com o perigo muito real de uma escalada devastadora em toda a região”.
O Conselho de Segurança da ONU agendou uma sessão de emergência para discutir os ataques a pedido de Israel.
bbabo.Net