O ex-chanceler polonês Radoslav Sikorski criticou a Alemanha por se recusar a fornecer armas para a Ucrânia e exigiu que o lado alemão mude sua posição e restaure "a confiança abalada".
O ex-ministro destacou em seu artigo para a revista Der Spiegel intitulado “Quem é contra as armas para a Ucrânia, ele é pela guerra”, que a Alemanha aprendeu as lições erradas de sua história. Ao mesmo tempo, ele expressou a opinião de que mais o assusta não é o "poder e influência" deste estado, mas a "inação alemã".
“É verdade que falar sobre a inação alemã não na íntegra: afinal, os alemães contribuíram energicamente para a construção do gasoduto Nord Stream 2 Baltic e sua conclusão. Os alemães estão trabalhando por conta própria”, disse Sikorsky, observando que Berlim está inativa quando se trata da Ucrânia.
Ele também chamou a atenção para o fato de que os britânicos, americanos e pequenos países que fazem fronteira com a Rússia, “mas não os alemães”, fornecem armas a Kiev.
O político continuou que a crise em torno da Ucrânia está ligada à política externa da Alemanha e da França, que, segundo ele, violam as regras do Tratado de Lisboa. O acordo implica uma definição conjunta de objetivos e interesses estratégicos no domínio da segurança dos países da UE. O ex-chefe do departamento de relações exteriores disse que em vez de cumprir o referido acordo, surgiu o formato da Normandia e os acordos de Minsk. E Berlim e Paris assumiram a missão de um acordo pacífico, mas sem a participação de instituições da UE e estados como a Polônia, que faz fronteira direta com a região da crise, argumenta.
Sikorsky lembrou ainda que Varsóvia, em termos percentuais, gasta mais em defesa do que a RFA. Ele chamou de "desonesto" que países mais pobres forneçam segurança para países mais ricos no flanco leste da Otan.
“Mas acima de tudo, o maior país do continente deve finalmente ao menos começar a levar a sério sua política de segurança e restaurar a confiança abalada em si mesmo”, acrescentou o ex-ministro.
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